Editorial
Lidemos com o caos
Com o alívio das chuvas nos últimos dois dias, o caos gerado por praticamente um mês de precipitações ininterruptas ficou ainda mais visível. Em Pelotas, os buracos tomaram conta dos asfaltos e, em ruas sem pavimentação, a coisa está ainda pior. Sabe-se que é até difícil culpar o poder público após situações climáticas tão extremas, afinal, vivemos o setembro mais chuvoso em, pelo menos, meio século. Provavelmente mais!
As informações trazidas na reportagem de capa de hoje mostram que, infelizmente, é necessário um esforço hercúleo dos administradores. Em tempos de cintos apertados, em que as reclamações da escassez de recursos são cada vez mais corriqueiras, imagina-se que só contando com os governos do Estado e Federal para conseguir iniciar o que se tem a fazer. São centenas de quilômetros de vias a serem recuperadas só na zona urbana de Pelotas. Na zona rural, o estrago é ainda maior pelo que se sabe. São muitas e muitas as pontes que se foram com arroios e sangas tão cheios e isso influencia diretamente na qualidade de vida de comunidades, que muitas vezes precisam "bater chão" por dezenas de quilômetros para pegar o desvio mais próximo.
Outra dor exposta pelas chuvas é a das populações ribeirinhas, especialmente vistas na Z-3, Pontal da Barra e entorno do Santa Bárbara. Tudo bem que foram chuvas atípicas mas, pelo que dizem os meteorologistas, tudo indica que esse tipo de cenário vai se repetir cada vez com mais frequência. Portanto, pensar em contenções, estruturação e tudo mais é necessário. Embora nossa assistência social tenha funcionado muito bem durante essas semanas caóticas, há que se pensar em prevenções futuras.
Pensando em Zona Sul, o cenário é ainda pior. Tudo o que Pelotas viveu, todos os demais municípios também enfrentaram, em maior ou menor escala. E ainda teve o granizo do último final de semana em que - principalmente em Arroio do Padre - telhados viraram peneiras, tamanha a facilidade com que as pedras perfuraram as estruturas.
Há muito trabalho pela frente, muita luta por recursos e, certamente, haverá muita cobrança, incluindo de nossa parte enquanto imprensa, por celeridade. É hora de levantar as mangas e colocar-se a trabalhar. A Zona Sul está padecendo.
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